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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

O louco

Loucos, há-os em todos os tempos. O século XX destacou-se nessa área.
No século XXI há vários, os que se conhecem e os que estão ocultos entre as massas. Alguns equivalem-se no grau de insanidade. Tanto assim é que entre  ‎Kim Jong-un e Donald Trump tenho uma enorme dificuldade de escolha. Ambos padecem de perigosos distúrbios de insânia. Revelam atitudes de insensatez, imprudência, irresponsabilidade e mesmo bizarria. São muitos adjetivos para definir dois homens apenas? É verdade. E, contudo, não chegam.
Donald Trump, ao tomar a decisão de mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém, considerando-a, unilateralmente, capital de Israel, destruiu de uma só penada os ténues vestígios de paz no Médio Oriente. Ao arrepio do Direito Internacional, violando várias resoluções da ONU e enjeitando a capacidade de mediação do país que desgraçadamente representa, num conflito que, agora, graças a esta medida completamente temerária, leviana e estúpida, de novo se agudiza perigosamente,  o senhor que detém o poder nos EUA, apenas vem acentuar  grosseiramente o que já sabíamos: não possui o mínimo de aptidões para desempenhar o cargo para o qual foi eleito à tangente, com a ajuda solícita de Putin, é um ignorante rico e um louco perigoso, que de diplomacia sabe menos de zero. É questionável e mesmo improvável que consiga acalmar os ânimos internamente, cedendo ao lobby judaico, e para o caso vertente, isso também pouco importa. Na arena internacional só conseguiu, por ora, o apoio espectável e reconhecido de Benjamin Netanyahu e a oposição de todos os países muçulmanos a esta que já é considerada pelo presidente do concelho nacional iraniano-americano a “mãe de todas as medidas estúpidas”. Quanto aos restantes países do mundo, até há pouco, não eram conhecidos apoios. Pelo contrário. A primeira reação internacional foi do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticando "medidas unilaterais”  e afirmando que Jerusalém tem de ser reconhecida como "capital de Israel e da Palestina". Também a EU rejeitou já a decisão de Trump.
O jornal Daily Star no Líbano escreveu em manchete: “Sem ofensa, senhor Presidente: Jerusalém é a capital da PALESTINA”.
Mr. Trump conseguiu em menos de três dias desencadear uma nova intifada. A sabedoria deste homem é incomensurável.
7 de dezembro de 2017

Maria Teresa Sampaio
Jacob Cornelisz van Oostsanen 
The laughing Fool, ca. 1500.




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