nasci para antever a luz
por detrás das nuvens mais escuras
para sondar o insondável
e perscrutar o que não é visível ao olhar
nasci para aprender a aprender
e descobrir que tudo está por descobrir
nasci para lutar em todos os momentos
pela liberdade e saboreá-la
com o insaciável desejo do fruto proibido
nasci para ser livre como um potro selvagem
que cavalga um mundo sem fronteiras
e sacode a mão que o quer subjugar
nasci para ser criança mãe e avó e novamente
criança na cristalina alegria dos risos gaiatos
criança na cristalina alegria dos risos gaiatos
no incansável jogo lúdico
do que se faz e desfaz e se volta a fazer
na fulgurante cumplicidade do amor
nos rarefeitos cumes do dever singular
e no espanto criador
de quem se perde e se acha
para além de todos os
limites
nasci para deixar que a vida
me aconteça livremente
não prevejo nem planeio
aprendo a aceitar o que é imutável
a contestar a guerra e as injustiças
a caminhar à beira do abismo
com a coragem solitária para
o transpor e conhecer o lado de lá
nasci para gostar de gostar
Claude Monet. Pôr do sol em Veneza
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