Publicação em destaque

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

DIA INTERNACIONAL CONTRA O NAZISMO E O ANTISSEMITISMO

9 de novembro

Não está assim tão distante essa infame ‘Noite de Cristal’ (“Kristallnacht”).
Foi há oitenta anos, na noite de 9 para 10 de novembro de 1938. Os demónios foram soltos em vários locais da Alemanha e da Áustria:  267 sinagogas destruídas, 1919 incendiadas, 7500 lojas judaicas atacadas, 91 judeus perseguidos e  espancados até à morte, nas ruas, cerca de 25 mil a 30 mil presos e metidos em vagões de comboio rumo aos campos de concentração.  
Tinha início a “solução final”.
Foram os muitos milhares de vidros partidos, espalhados pelo chão, resultantes dessa noite de radical violência que estiveram na origem do nome “Kristallnacht”. Ela  assinala inexoravelmente a agressão em massa aos judeus, mas também aos ciganos, homossexuais e pessoas portadoras de deficiência. Alguns meses mais tarde, começava a II Guerra Mundial , com a invasão da Polónia ordenada por Hitler ,em 1 de setembro de 1939.
Hoje, um pouco por todo o lado, despertam de novo sinais inquietantes de racismo, chauvinismo e, novamente, de antissemitismo. Alguns aparecem sob a capa do populismo e do autoritarismo, tão bem vistos por extensas camadas de população, que julgam descortinar nesses traços de caráter a autêntica  face dos líderes. Com o apoio de que precisam para legitimar politicamente os seus nefandos atos, eles, os “eleitos”, cavalgam a  onda de intolerância e de xenofobia, valendo-se da confiança que cegamente (ou não)lhes foi dada. Rapidamente, o rastilho da violência se espalha. Acontece nos EUA, no Brasil, na Polónia, na Hungria, na Áustria, em Itália, na Alemanha e em França, onde só nos primeiros nove meses deste ano as ações antissemitas tiveram um recrudescimento de 70%, segundo escreveu, hoje mesmo, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, na sua página do Facebook.
Foi assim que Hitler começou. O antissemitismo mais básico, violento e irracional, o racismo brutal, o oportunismo político de braço dado com o populismo,  a xenofobia e o chauvinismo tornaram-se marcas extremas e inequívocas do  Terceiro Reich.  O resultado foi o extermínio de seis milhões de judeus, num total de cinquenta milhões de mortos até ao final da II Guerra Mundial, em 1945. 

Mais do que nunca, hoje, é preciso que todos estejamos unidos, vigilantes e determinados para que o monstro, em letargia, não possa levantar a cabeça. 

Maria Teresa Sampaio

9 de novembro de 2018.





Fonte dos números e imagens: “Memoshoá - Associação Memória e Ensino do Holocausto".




Sem comentários: