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domingo, 16 de agosto de 2020

ESPERANÇA

Quantas chuvas já varreram

as melodias de vento que tu escrevias

nas areias do meu estio

Desde então concebi novas primaveras

todas elas tão enganadoras

como esta vontade de partir

de te abandonar no ermo da memória

Mas só tu resististe à gelada solidão do Inverno

Hoje bates-me sorrateiramente à porta

e eu escondo o passado no ventre da esperança

para te receber.


Maria Teresa Sampaio

Plums Blossom, 1879. Oscar-Claude Monet

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