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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Legislativas 2015


Vou votar no domingo,
quer chova ou troveje.
Hei de votar até ao fim da minha vida
nem que me levem de rojo.


As sondagens, verdadeiras
ou fabricadas a belo prazer
deixam-me à beira do desencanto,
da incredulidade e da raiva também.


Como, mas como, vou eu aguentar
mais quatro anos esta coligação,
a austeridade, os números mascarados,
os cortes sem piedade,
o desespero de ver os jovens
no desemprego ou na emigração,
os idosos reduzidos ao limiar da pobreza,
o trabalho dos funcionários públicos
desonrado pelo massacre dos
discursos dos governantes,
que encontra eco em parte da população?


Como vou eu aguentar isto
e o que mais vier,
depois das emoções livres de abril?
Como vou olhar para a angústia
contida do meu filho a querer
acreditar em novo emprego?
Como vou suster as lágrimas
que tentam rebentar o dique
quando penso no futuro deste meu país,
dos meus filhos e das minhas netas?


Nãio, não desesperei.
Preparo-me para o pior,
iluminada pela ténue luz
da esperança e de uma surpresa feliz
no final da contagem dos votos.


Não pensem eles, presidente incluído,
que me venceram.
Se a ditadura não conseguiu,
não eram agora estes falsários
que ajoelhados perante a Alemanha,
me enfraqueciam a vontade
e me roubavam o que me resta:
a coragem de lutar pela
igualdade de direitos e oportunidades,
por uma justa repartição da riqueza,
por um ensino e saúde para todos
e pela DEMOCRACIA
contra gente da laia deles.


2 de outubro de 2015

mts




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