Publicação em destaque

sexta-feira, 9 de março de 2018

Como se mede o sofrimento de um povo?


Como se mede o sofrimento de um povo?
Um morto, cem mortos, mil mortos, chegam?
As imagens na televisão cansam, ferem a sensibilidade dos mais frágeis, não é?
São demasiado horríveis: tantas crianças a morrer, a chorar, a gritar, tanta gente a viver no meio dos escombros sem direito a literalmente nada, a não ser a bombardeamentos massivos e aos efeitos letais das armas químicas.
Hospitais bombardeados, tréguas negociadas que não são cumpridas, auxílio humanitário que é desviado… um povo que é massacrado sem dó nem piedade.
Tudo isto não chega para agitar consciências?
Eu sei que o assunto é incómodo: de um lado o Estado Islâmico, dos outros, o governo de Al-Assad, a Rússia, o Irão, a Arábia Saudita, os EUA, a França, a Turquia … e …e… não acaba o número de intervenientes diretos ou indiretos que, se digladiam e lucram com a venda de armas.
Segundo dados do Centro Sírio para Pesquisa Política, divulgados pelo “The Guardian”, cerca de 400 mil sírios perderam a vida diretamente devido à violência que consome o país, enquanto 70 mil pessoas morreram por falta de acesso a tratamento adequado, medicamentos, água limpa ou abrigo. O número de feridos é de um milhão e novecentas mil pessoas.
E nós, gente de consciência tranquila, continuamos a virar a cara para não ver?
A indiferença só faz de nós piores seres humanos, à beira de mais uma catástrofe.

Maria Teresa Sampaio
Vasco Gargalo

Sem comentários: