Dia
a dia, hora a hora,
o
meu país vai-se adiando.
A
memória perde-se nas promessas
de
um futuro sempre protelado.
A
palavra crise já faz parte
do
léxico normal de todos.
A
fome e o desemprego
são
o pesadelo real
dos
que a nada mais têm direito.
A
descrença e o desespero
instalaram-se
numa rotina
tecida
na hipocrisia dos gestos inúteis,
na
arquitectura das palavras ocas.
Mas
há quem teime em sonhar
e
acalente a utopia,
quem
forre com o musgo da esperança
esta
pequena barca
que
navega à deriva
entre
os destroços de um projecto,
em
direcção às águas límpidas
do
oceano sem limites.
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