Portugueses teriam de trabalhar
um ano sem comer para pagarem a dívida. Quem o diz é o ministro da educação Nuno
Crato, que apela à imaginação famélica de muitos.
Esta afirmação, ainda que hipotética e retórica, é completa e radicalmente imoral, num país com uma milhão de desempregados, em que um quinto dos portugueses vive abaixo do limiar da pobreza, e onde mais de metade das famílias vive com menos de 900 euros por mês.
O ministro não sabe o que
significa viver num país em que mais de 20 por cento dos portugueses está
abaixo do limiar de pobreza, que é o nível de rendimentos abaixo do qual uma
família é incapaz de satisfazer as necessidades dos seus membros?
O ministro é cego, surdo e mudo? Absolutamente
não.
O ministro, o Primeiro-Ministro e
Cavaco Silva vivem comodamente em salões calafetados e ultra insonorizados,
para não ouvirem os protestos do povo que simulam governar e comem à mesa da troika,
cujo Chefe, o alemão Jürgen Kröger
(o grande defensor do aumento da idade da reforma para Portugal) se reformou agora, aos
61anos, com direito a 60% do valor do último salário – que se calcula entre
7.900 e 10.151 euros por mês, e voltou imediatamente a ser contratado.
Nada que por cá não se faça há muito tempo.
Afirmações como esta de Nuno
Crato, proferida com um ar muito executivo e salvífico, como quem diz: vêem do
que nós vos estamos a salvar (?) estão ao nível da barbárie e da mais elementar
falta de decoro.
Experimente o Sr. ministro da
república ficar a pão e água durante uns tempos. Que melhor forma de dieta
poderia desejar?
Nós por cá vamos andando. De mal
a pior, com um ressentimento crescente contra este Governo e o Presidente,
deprimidos e mal pagos.
Foto de Nuno Ferreira Santos
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