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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Portugueses, deixem de comer!

Portugueses teriam de trabalhar um ano sem comer para pagarem a dívida. Quem o diz é o ministro da educação Nuno Crato, que apela à imaginação famélica de muitos.


Esta afirmação, ainda que hipotética e retórica, é completa e radicalmente imoral, num país com uma milhão de desempregados, em que um quinto dos portugueses vive abaixo do limiar da pobreza, e onde mais de metade das famílias vive com menos de 900 euros por mês.

O ministro não sabe o que significa viver num país em que mais de 20 por cento dos portugueses está abaixo do limiar de pobreza, que é o nível de rendimentos abaixo do qual uma família é incapaz de satisfazer as necessidades dos seus membros?
O ministro é cego, surdo e mudo? Absolutamente não.
O ministro, o Primeiro-Ministro e Cavaco Silva vivem comodamente em salões calafetados e ultra insonorizados, para não ouvirem os protestos do povo que simulam governar e comem à mesa da troika, cujo Chefe, o alemão Jürgen Kröger (o grande defensor do aumento da idade da reforma para Portugal) se reformou agora, aos 61anos, com direito a 60% do valor do último salário – que se calcula entre 7.900 e 10.151 euros por mês, e voltou imediatamente a ser contratado.  Nada que por cá não se faça há muito tempo.

Afirmações como esta de Nuno Crato, proferida com um ar muito executivo e salvífico, como quem diz: vêem do que nós vos estamos a salvar (?) estão ao nível da barbárie e da mais elementar falta de decoro.
Experimente o Sr. ministro da república ficar a pão e água durante uns tempos. Que melhor forma de dieta poderia desejar?

Nós por cá vamos andando. De mal a pior, com um ressentimento crescente contra este Governo e o Presidente, deprimidos e mal pagos.


Foto de Nuno Ferreira Santos



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