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domingo, 6 de setembro de 2015

O MAIOR DRAMA DO SÉC. XXI

Eles atravessam o mar em pequenos barcos de borracha. Pagaram milhares de dólares aos que lucram vergonhosamente com este tráfico humano. Vêm com as mulheres, os filhos e avós. Algumas mulheres fazem, grávidas, esta difícil travessia.
Chegam principalmente da Síria, mas também, do Iraque, do Afeganistão, do Sudão, da Líbia, da Nigéria e de outros países.
Fogem da guerra e da fome. Fogem de indizíveis horrores.
Em primeiro lugar o que pretendem é Viver. Depois, pensam em viver melhor. Todas as suas esperanças vão para a Europa, mas a Europa, mais uma vez não está unida, nem preparada.
Cada dia chegam mais e não existem muros nem arame farpado que os detenham.
Esta é a maior crise humanitária enfrentada pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Vinte e cinco mil pessoas morreram até hoje nas travessias marítimas. A Grécia recebeu mais de metade dos refugiados que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo, mas o destino preferido é a Alemanha.
A pé pelas estradas e atulhados em carruagens de comboios, sem as mínimas condições, ou em camionetas, apenas com a água e o pão que lhes oferecem, seguem o seu caminho em busca do seu sonho de paz, de trabalho e de casa.
É urgente que a Europa consiga chegar a uma posição humanitária e política comum.
Urge o fim da venda de armas para os países em guerra e a punição exemplar dos traficantes de seres humanos ou passadores, sendo criadas rotas legais de passagem e fuga. Há muito tempo, décadas talvez, que a Europa podia ter-se preparado para esta vaga espectável. Os campos de acolhimento de refugiados deveriam estar preparados com todas as condições humanitárias, ao abrigo da Convenção de Genebra e da ACNUR, e neles se deveria fazer uma legítima triagem, por razões de segurança, no sentido de detetar eventuais membros do Estado Islâmico infiltrados ou de outras entidades com idênticos fins, entretanto surgidas.
É urgente o apoio dos Estados Unidos e de outros países solidários.
O mundo tem de unir os seus esforços na prossecução de políticas humanitárias à escala global.

O corpo minúsculo da criança síria morta na praia, à beira-mar, é o símbolo de todos estes migrantes, do que sofreram nos seus países e do que ainda passam na Europa para chegarem aos seus destinos sonhados ou possíveis.

Estejamos, nós, à altura desses sonhos e das nossas responsabilidades.


5 de  setembro de 2015
mts






 



1 comentário:

catarina disse...

Enquanto não houver uma solução política séria para acabar com as guerras, não pararão estas migrações terríveis, carregadas de horror e sofrimento. Continuaremos a vê-los passar, a galgar o mar, o alcatrão, os muros e as fronteiras. Se os mapas não fossem estáticos, assistiriam ao movimento destas migrações e mudavam de cor...a mobilidade entre territórios não se vê nos mapas...e a vida continua...só que é só para alguns.