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domingo, 15 de setembro de 2013

Partir e deixar o nojo para trás.

Num dia sem cor nem memória.
Apenas tinha o som do desespero.

Partiu. Em busca de futuro.

Tinha habilitações superiores. Tinha experiência. Ainda tinha orgulho.
Mas tinha perdido o essencial, a Esperança no seu país.
Se ficasse, seria, em breve, mais um sem-abrigo, a alinhar nas filas para a sopa.
O linguajar dos governantes e dos outros, que ocupavam o seu país em part-time, eram-lhe odiosos.
Tinham o sabor acre da corrupção e da mentira.
Todos eles eram sequazes dos que mais tinham e mais podiam. Alimentavam-lhes a ganância e espoliavam os mais fracos e desprotegidos.

Partiria sim

Recomeçaria tudo num outro lugar, onde existisse emprego para todos, onde lhe pagassem o seu trabalho justamente, onde pudesse educar livremente os seus filhos, onde tivesse cuidados de saúde universalmente atribuídos, onde, mais tarde, quando se reformasse não lhe usurpassem parte da sua pensão. 
Aliás, onde não lhe usurpassem nada. Nunca.

Deixava o nojo para trás.


© Brian Day.

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