Ele falou, falou e disse:
Acabe-se com o que falta para dar cabo da vida dos portugueses.
O País precisa de empobrecer!
Os jovens que emigrem!
Os desempregados que sejam criativos.
Os reformados não podem descansar depois de toda uma vida de trabalho. Que a bolsa lhes seja aliviada!
Acabe-se com o que falta para dar cabo da vida dos portugueses.
O País precisa de empobrecer!
Os jovens que emigrem!
Os desempregados que sejam criativos.
Os reformados não podem descansar depois de toda uma vida de trabalho. Que a bolsa lhes seja aliviada!
Mas os ricos e poderosos, fiquem descansados. Nada temam..
Extermine-se os que nada
têm e deixe-se morrer lentamente, à fome e por falta de medicação, os
reformados pobres.
Para ele, só os poderosos merecem
ser poupados.
Nós pagamos para
eles e por eles.
Uns terão que deixar o seu país em busca do trabalho que aqui lhes é negado.
Outros
continuarão a dar as casas aos Bancos, a comer a sopa do Sidónio e a fazer
filas para receberem mantimentos do Banco Alimentar, para matarem a fome aos
filhos e a própria. As crianças – ele não se lembrou delas – se comerem uma refeição por dia na escola e se
conseguirem livros para estudar nos bancos de trocas de manuais escolares, podem considerar-se felizes. Outros terão de enganar o estômago com uma
restos de comida dos caixotes do lixo.
Mas isso que importa?
Ele falou. Falou. Disse o que
ninguém queria ouvir.
Mas ele é surdo aos clamores indignados. Escapa-se pelas traseiras. Já tem prática.
Mas ele é surdo aos clamores indignados. Escapa-se pelas traseiras. Já tem prática.
Por que
haveríamos nós de nos indignar agora, quando já nos cansámos a fazer o 25 de Abril de 1974 e perdemos tudo?
Perdão. Tudo não. Ficou-no-nos a Liberdade. É por isso que aqui estamos a dizer o que pensamos.
Ao menos isso....
Perdão. Tudo não. Ficou-no-nos a Liberdade. É por isso que aqui estamos a dizer o que pensamos.
Ao menos isso....
Fotografias de André Boto
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