Malala Yousafzai
É uma menina. Tem 16 anos feitos. E, no entanto, já sabe o
que é a luta, a injustiça, a opressão.
É paquistanesa. Nasceu a 12 de Julho de 1997, em Swat, no
Paquistão.
Desde que nasceu sabe o que é a marca da diferença entre os sexos.
Nasceu menina. Pouco valia.
“ Aos 13 anos, Yousafzai alcançou notoriedade ao
escrever um blog para a BBC sob o nome de Gul Makai, explicando a sua vida sob o
regime do Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP) e as tentativas de
recuperar o controle do vale após a ocupação militar que os obrigou a ir para
as áreas rurais. Os taliban forçaram o encerramento de escolas particulares e
proibiram a educação de meninas entre 2003 e 2009.
A vingança não se fez esperar e a 9 de outubro de 2012 foi
baleada no crânio, em Mingora, por um membro do TTP (Tehrik-i-Taliban
Pakistan) e teve de ser operada. O porta-voz do TTP, Ehsanullah Ehsan disse
que tentariam um novo ataque. Duas meninas, que iam no autocarro escolar, foram
igualmente agredidas. e Malala foi transportada de helicóptero para um hospital
militar, onde foi operada.
Centenas de pessoas protestaram junto da escola, a
comunicação social deu
ampla cobertura ao ataque, que foi condenado pela comunidade internacional e
Malala Yusufzai foi apoiada por numerosas figuras públicas, como Asif Ali Zardari, Pervez Raja Ashraf, Susan Rice, Desmond Tutu, Ban Ki-moon, Barack Obama, Hillary Clinton, Laura Welch Bush, Selena Gomez e Madonna. Fonte: Wikipedia)
Após três meses de recuperação no hospital Queen Elizabeth,
em Birmingham, Reino Unido, comemorou o seu 16.º aniversário a
12 de Julho de 2013, discursando na Assembleia da Juventude, na Organização das
Nações Unidas em Nova Iorque, onde exortou as outras jovens do seu país; "Vamos pegar nos nossos livros e canetas.
Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e
um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução". [...]
“Lembrando o ataque que sofreu - os taliban “pensavam que
uma bala nos reduziria ao silêncio mas falharam”, e “do silêncio saíram
milhares de vozes” -, Malala fez um discurso vibrante.
“Hoje não é o dia de Malala, é o dia de todas as mulheres,
de todos os rapazes e de todas as raparigas que levantaram a voz para defender
os seus direitos”, disse ela perante centenas de estudantes de muitas origens.
“Não estou aqui para falar de vingança pessoal contra os
taliban, (...) estou aqui para defender o direito à educação para todas as
crianças”, disse.
“Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o
mundo. A educação é a única solução. Educação primeiro.”
Reclamando a herança de Gandhi, Nelson Mandela e de Martin
Luther King, afirmou ainda que os “extremistas fazem um mau uso do islão (...)
para seu benefício pessoal, ao passo que o islão é uma religião de paz e de
fraternidade”.
Malala falou ainda da importância de se combater o
analfabetismo, pobreza e o terrorismo, acrescentando que “os nossos livros e os
nossos lápis são as nossas [das crianças] melhores armas”, apelando ainda aos
“dirigentes mundiais para mudarem de estratégia política, para promoverem a paz
e a prosperidade”.
No final foi longamente aplaudida pelo secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, pelo antigo primeiro-ministro britânico Gordon Brown, enviado
especial da ONU para a educação, e pelas centenas de jovens presentes na sala.
Brown considerou-a “a rapariga mais corajosa do mundo”,
enquanto Ban Ki-moon a apelidou de “nossa heroína, nossa campeã”.
O secretário-geral da ONU felicitou-a pela sua “mensagem
forte de esperança e de dignidade” e lembrou que mais de 57 milhões de crianças
em todo o mundo não tinham acesso à escola primária.
“A maior parte são raparigas e a maioria vive em país em
conflito.” (In jornal Público, de 12-7-2013)
Hoje, 10 de outubro de 2013, Malala Yousafzai foi justamente galardoada com o Prémio Sakharov (para a Liberdade do Pensamento),
atribuído pelo Parlamento Europeu
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