Tudo neste quadro é tumultuado.
A árvore que ocupa a parte central, é uma árvore velha, retorcida,
com escassos ramos verdes e uma pedra na base a pontuar a aridez da paisagem.
A terra em redor forma um movimento circular, revolto,
onde nasce um caminho cujo tom mais luminoso se confunde com o do céu,
carregado de nuvens.
Ao longe, uma casa de aspeto austero, sem janelas.
No centro de tudo
está um trabalhador negro, sentado, à sombra da árvore, em cima da sua mala. Magro,
roupas largas, com as mãos tombadas entre as pernas em sinal de desalento. O aspeto
geral é de desespero.
Representa, muito
provavelmente, o tempo, em que, na América, se vivia a Grande Depressão.
A defesa dos direitos
humanos vinha longe.
A Ku Klux Klan ainda
espalhava o terror e a morte entre a população afro-americana. O racismo e a
segregação racial eram a vergonha de um país em que os negros eram explorados e
maltratados. Se naquele tempo alguém tivesse meios de predizer que um dia os
EUA teriam um presidente negro, seria, certamente enforcado.
A figura que humaniza
esta paisagem é a de um homem só, que descansa antes de se fazer ao caminho, em
busca de trabalho e de uma vida melhor.
Esta obra faz
parte do período de realismo social a que Charles Pollock, o irmão mais velho do
pintor de Jackson Pollock pertenceu, antes de enveredar pelo expressionismo
abstrato.
Charles Pollock
nasceu no dia de Natal de 1902, em Denver, no Colorado e morreu em Paris, em
1988.
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Look down that road. 1942. Óleo sobre tela, 96.4 x 122 cm. Smithsonian American Art Museum.
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